Formação pioneira no DF iniciada em abril é composta pelos laboratórios de Direção Audiovisual, Direção de Fotografia, Direção de Arte, Produção Audiovisual, Roteiro e Edição de Vídeo e Som
Marcando uma transição entre aprendizado teórico para a aplicação prática no universo do audiovisual, nesta terça-feira (7) inicia a segunda etapa do LAB JUV, intitulada Mão na Massa. Os participantes agora têm a oportunidade de mergulhar de cabeça na criação de conteúdo audiovisual, após uma série de quatro palestras com profissionais da área durante o estágio inicial Chega Mais. Criado pelo Instituto SOMA Cidadania Criativa, a formação tem como objetivo ser uma fonte de oportunidades para jovens e adultos que vivem nas periferias do Distrito Federal.
Mais do que uma simples expressão, “mão na massa” é um convite para a ação, um chamado para o trabalho que carrega consigo um senso de urgência, uma vontade de colocar as ideias em prática. Mais do que uma figura de linguagem, é um lembrete de que para progredir é preciso agir. É neste sentido que a etapa que carrega esta expressão enquanto título foi pensada.
Seguindo até julho, esta fase proporciona um aprendizado mais direcionado para o qual cada um se inscreveu e tem uma maior afinidade. Composta pelos laboratórios de Direção Audiovisual, Direção de Fotografia, Direção de Arte, Produção Audiovisual, Roteiro e Edição de Vídeo e Som, cada turma conta com cinco pessoas, permitindo um melhor acompanhamento e mentoria.
À frente do Laboratório de Direção Audiovisual está Renan Montenegro, que traz em seu currículo dezenas de projetos audiovisuais, sendo um de seus trabalhos mais recentes a co-direção da minissérie “Cidade Invisível”, da Netflix. O diretor explica que a ideia do laboratório é dar um panorama geral não só sobre o processo de dirigir um produto audiovisual como também toda a área de direção e o que ela contempla.
“Além do diretor, a gente tem o papel do assistente de direção, o papel do continuísta, do preparador de elenco… São figuras que estão ali na equipe de direção. Como eu fiz muita assistência de direção eu consigo, a partir da minha experiência, dar um panorama sobre esses assuntos”, ressalta.
Outra figura importante na formação é Joana Ramos, que está à frente do Laboratório de Direção de Fotografia. Atuando dentro do departamento de câmera no audiovisual desde 2008, e com uma bagagem que inclui produções de peso como “Democracia em Vertigem”, onde atuou como operadora de câmera, ela está animada com a possibilidade de dividir seu saber dentro do audiovisual. “O mais gostoso é poder compartilhar o que eu sei com as pessoas que estão entrando. Eu vou fazer um apanhado geral de todas as funções dentro do departamento de câmera, assim como na direção de fotografia”, destaca Joana.
No âmbito das pessoas atendidas pelo projeto, Gab Amorim, de 20 anos, é um dos selecionados para o Laboratório de Direção Audiovisual. Entusiasmado, o jovem do Paranoá está na expectativa de colher os frutos que a formação pode lhe proporcionar. Para ele, enquanto pessoa trans nascida e criada na periferia, é um privilégio participar do LAB JUV. “Com a experiência espero muito conseguir aumentar minha bagagem na arte e acrescentar cada vez mais à minha família.”
Quem também está animada com o curso é Kaju Ataide, de 42 anos. Moradora do Varjão, ela tem achado a experiência desafiadora, inovadora e visionária. “Minha expectativa é entrar no mercado do audiovisual como roteirista e concluir a escrita do meu primeiro filme”. Kaju também evidencia a relevância da bolsa como fomento para a permanência no projeto. “O fato de ter bolsa é muito importante para a continuidade. Fico feliz por ter tantas pessoas daqui da comunidade participando”, salienta a participante selecionada para o Laboratório de Roteiro.
Ao todo, cada laboratório conta com seis encontros. Ao final, todos os jovens se unem para, juntos, desenvolverem uma produção audiovisual, colocando em prática o aprendizado adquirido ao longo das aulas. A formação segue até agosto, quando culmina com uma festa para apresentação do produto final.
SOBRE O PROJETO
Com o incentivo do Fundo de Apoio à Cultura do Governo do DF, o LAB JUV emerge como uma importante plataforma de oportunidades que visa fortalecer as vozes e perspectivas para pessoas das periferias por meio de processos formativos inovadores e criativos. Nesta primeira edição, 30 jovens periféricos foram selecionados para participar do ciclo formativo, com atividades presenciais na Universidade Afrolatinas, no Varjão. Cada jovem recebe mensalmente uma bolsa-auxílio de 500 reais.
SERVIÇO – Etapa Mão na Massa do projeto LAB JUV DF
Quando: 7 de maio a 20 de julho de 2024
Onde: Universidade Afrolatinas, no Varjão
Mais informações: @labjuvdf